InfraWeek: governo leiloa 22 aeroportos e arrecada mais que o esperado

Aeroportos leiloados correspondem a cerca do fluxo de 11% do total de passageiros do país.

Em tempos de crise global desencadeada pela pandemia do novo coronavírus, diversos setores foram duramente atingidos em diferentes escalas. O turismo no Brasil é um dos maiores exemplos disso, já que, com a necessidade de isolamento, as pessoas têm optado por restringir as viagens.

Em consequência disso, o setor de transporte foi atingido de forma sem precedentes. Uma das alternativas encontradas pelo governo federal para lidar com a crise aeroviária foi oferecer à iniciativa privada a concessão de alguns aeroportos do país.

O leilão de 22 aeroportos dos chamados blocos Norte, Central e Sul aconteceu durante a chamada InfraWeek, uma semana voltada para leiloar aeroportos, ferrovias e terminais portuários.

O que é a InfraWeek?

O nome InfraWeek — uma referência à Black Friday e à Black Week, dia e semana em que acontecem promoções em grande escala no comércio — foi dado pelo governo federal ao período entre 7 e 9 de abril, quando seriam realizados três grandes leilões.

No total, foram oferecidos 22 aeroportos, 5 terminais rodoviários e 1 ferrovia. O objetivo da InfraWeek seria de arrecadar mais de R$ 10 bilhões de investimentos para o país, segundo o Ministério da Infraestrutura.

Ainda de acordo com o Ministério, a expectativa é que, ao longo do ano de 2021, mais de 50 concessões sejam feitas de modo a privatizar aeroportos, ferrovias, rodovias e terminais rodoviários de todo o país.

Na abertura do evento, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, explicou que o objetivo do governo ao implementar ações como os leilões é de elevar o investimento no país, e não apenas melhorar a arrecadação. “É com investimento que a gente vai diminuir o GAP de infraestrutura do país e gerar empregos”, disse.

Expectativa X realidade

Em meio a uma crise sem precedentes como a que o mundo inteiro vive atualmente, era de se esperar que a InfraWeek não tivesse o retorno financeiro esperado. No entanto, não foi o que aconteceu.

No dia 7 de abril, o primeiro dia do evento, houve o leilão de 22 aeroportos com o valor mínimo estimado em R$ 186,2 milhões. Felizmente, a quantia arrecadada conseguiu ser bem maior que o esperado, chegando aos R$ 3,302 bilhões.

“Foi extremamente positivo. Foi uma ousadia do governo do presidente Bolsonaro lançar um leilão em um momento tão crítico, mas era necessário andar rápido para capturar esse excesso de liquidez que existe no mundo e se antecipar na busca desses investimentos que serão tão necessários”, disse o ministro.

Dos três blocos, o mais valioso foi o Bloco Sul com arrecadação de R$ 2,128 bilhões. O bloco inclui dois aeroportos de Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu, todos no Paraná; os aeroportos de Joinville e Navegantes, ambos de Santa Catarina; e os de Bagé, Pelotas e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.

Em seguida veio o Bloco Central, incluindo os aeroportos de Goiânia, em Goiás; Palmas, no Tocantins; Teresina, no Piauí; Petrolina, no estado de Pernambuco; e os aeroportos de Imperatriz e São Luís, ambos no Maranhão. O valor total desse bloco foi de R$ 754 milhões.

Por fim, o Bloco Norte, que reúne os aeroportos de Manaus, Tabatinga e Tefé, no Amazonas; Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no estado do Acre; Porto Velho em Rondônia; e Boa Vista em Roraima, arrecadou R$ 420 milhões.

Os 22 aeroportos leiloados correspondem a cerca de 11% do tráfego de passageiros no país, o equivalente, a mais ou menos, 24 milhões de pessoas. Esse dado é referente a 2019, já que o ano seguinte foi solapado com a crise gerada pela pandemia de COVID-19. Um verdadeiro respiro em meio ao atual caos econômico.

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